Atento ao cenário global de transição para uma economia de baixo carbono, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) realizou de 20 a 22 de junho, no Rio de Janeiro, o ESG Energy Forum IBP, reunindo representantes de grandes empresas de óleo, gás e energia.

Na quarta-feira (21), o painel Economia Circular – O Caso de Sucesso da Indústria de Lubrificantes em ESG reuniu Valéria Lima, diretora de Downstream do IBP, como moderadora; Alexandre Bassaneze, CEO da Iconic; Peter Gilbert, CEO da Infineum; e Thiago Trecenti, CEO da Lwart Soluções Ambientais.

Na visão de Valéria Lima, economia circular significa romper com o atual ciclo de desenvolvimento, que, segundo ela, é predatório e baseado em “tira, produz em massa e joga no lixo”, conforme exemplificou durante o painel. Para a diretora, esse modelo de produção deve ser repensado.

“A gente vai precisar de três planetas só para atender os recursos necessários à população. A economia circular vai muito além do termo ‘reciclar’, refere-se a todo um novo paradigma de revolução industrial, que se inicia com o design do produto, a forma de maximizar seu uso e a redução da demanda por recursos, utilizando, inclusive, resíduos que deixam de ser resíduos para ser matéria-prima para produção” aponta.

A diretora do IBP lembrou aos participantes do evento que a indústria de lubrificantes já pratica a logística reversa, com recolhimento e destinação final dos óleos lubrificantes usados ou contaminados (OLUC), muitos anos antes de a Lei de Resíduos Sólidos entrar em vigor.

Confira a íntegra do painel:

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Já Alexandre Bassaneze, CEO da Iconic, destacou que o segmento tem tecnologia que permite a troca de óleo de um veículo a cada 15 mil km, ante 3 mil km no passado: “ampliamos em cinco vezes o intervalo de troca”, destacou.

De acordo com ele, a empresa prioriza parceria com as principais empresas do mercado, como o Instituto Jogue Limpo, para recolhimento de embalagens, e tem metas crescentes para o óleo usado.

Para Thiago Trecenti, da Lwart, que atua há quase 50 anos na coleta e transformação de óleo usado e contaminado, o debate foi muito produtivo, revelando a visão dos produtores de aditivos e lubrificantes e dos coletores e refinadores.

“Conseguimos mostrar como funciona o segmento de lubrificantes, que possui uma cadeia de economia circular perfeita. Trazer essa conscientização para um público maior faz parte do desafio do setor. Não é só produção e utilização certa, é a destinação correta e a garantia que o processo da economia circular está funcionando”, frisou.

Peter Gilbert, CEO da Infineum, especializada em aditivos de lubrificação, a participação no ESG Energy Forum IBP foi importante para revelar o papel da indústria de lubrificantes no processo de sustentabilidade do planeta.

“Os lubrificantes são elementos importantes, mas muitas vezes pouco conhecidos. Para um motor funcionar corretamente, de forma eficiente, o lubrificante é necessário para adequar a operação do combustível ao equipamento”, ressaltou.

Evento leva ao público importância da sustentabilidade

Valéria Lima fez um balanço positivo do evento: “foi um encontro importante para falar sobre ESG, chamar a sociedade para discutir como é importante ter um desenvolvimento que não foque só no econômico, mas leve também em consideração os impactos no meio ambiente, na sociedade. Acreditamos que a indústria de lubrificantes tem uma história muito bacana para ser contada, principalmente no que diz respeito à economia circular”, destacou.

Para Giancarlo Passalacqua, gerente de lubrificantes da Diretoria Executiva de Downstream do IBP, tanto o 13º Encontro Internacional com o Mercado, realizado nos dias 20 e 21, também no Rio de Janeiro, quanto o ESG Energy Forum IBP tiveram um sucesso muito além da expectativa:

“Embora o Encontro com o Mercado envolva questões técnicas, que preocupam e dão um norte para o mercado de lubrificantes, por outro lado, tivemos o ESG Energy Forum IBP, direcionado para o público externo. Nesse evento, tivemos a oportunidade de mostrar o que é o setor de lubrificantes para pessoas que o desconhecem completamente. Isso mostra que esse mercado está se posicionando para a sociedade. Esse é um dos grandes objetivos do IBP: mostrar que o lubrificante é essencial para a sociedade, para o futuro de um mundo mais sustentável”, completou.

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