No checklist de manutenção de qualquer veículo, um item não pode faltar: a troca periódica do óleo do motor e de outros fluidos hidráulicos, lembrando, é claro, que esses processos devem sempre respeitar os prazos e condições especificadosno manual do proprietário.
Mas você já parou para pensar no que acontece com o óleo usado? Antes dos termos “sustentabilidade” e “logística reversa” entrarem em voga, a indústria de lubrificantes já estava muito atenta a essa importante questão. Em 2022, foram vendidos mais de 1.3 milhão de metros cúbicos de lubrificante e recolhidas 500 mil toneladas de óleo usado, um número significativo que comprova a preocupação do setor com a preservação do meio ambiente.
Diversas entidades, espalhadas pelo país, atuam no sistema de logística reversa para coleta dos óleos lubrificantes usados ou contaminados (OLUC), permitindo, assim, o rerrefino e aproveitamento de até 70% do material que poderia ser descartado. Para entender melhor esse processo, o site do Óleo Certo conversou com Ézio Antunes, diretor executivo do Instituto Jogue Limpo, que hoje conta com 68 empresas atuantes no processo de coleta de OLUC e embalagens plásticas de óleo.
“O setor de lubrificantes é pioneiro no reprocessamento de óleo usado para transformá-lo em novas matérias-primas. Há 40 anos, ninguém falava nisso e o setor já tinha essa preocupação. Podemos falar que o setor de lubrificantes tem liderança na questão da sustentabilidade quando o assunto é reinserção de produtos provenientes de óleo usado”, destaca Antunes.
Em 2022, Jogue Limpo destinou ao rerrefino mais de 80 toneladas de lubrificante usado
“Quando falamos em óleo lubrificante usado, existe toda uma cadeia. Existe a responsabilidade, de quem gerou o resíduo, de entregá-lo a quem vai de tratá-lo de forma ambientalmente correta para ser reciclado, o que no setor de lubrificantes se chama rerrefino. Nada mais é do que a reciclagem do óleo”, explica Antunes.
O diretor alerta que os danos ao meio ambiente causados pela destinação incorreta do óleo lubrificante são imensos. “Não existe justificativa para não fazer a destinação correta, ambientalmente falando. Qualquer outra possibilidade agride o meio ambiente”, frisou o diretor.
Destinação adequada das embalagens plásticas também é prioridade
De acordo com o diretor do Jogue Limpo, há 18 anos o setor também cuida da logística reversa das embalagens plásticas. No Brasil, grandes empresas do setor começaram a fazer a logística reversa em 2005, antes mesmo de entrar em vigor a Política Nacional de Resíduos Sólidos, por meio da Lei nº 12.305.
“Começamos pelo Rio Grande do Sul, evoluindo para Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro. Em 2010, quando saiu a legislação, a região Sul, Rio e São Paulo já estavam fazendo a destinação das embalagens usadas. A partir daí, o setor assinou um acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e todos os anos temos cumprido as metas estabelecidas”, afirma o diretor do Jogue Limpo.
Segundo ele lembra, o recolhimento das embalagens é feito nos postos de combustíveis, concessionárias de veículos e lojas de peças, através de 86 caminhões, que encaminham o material para as 23 centrais de processamento. Lá, os resíduos de óleo são retirados, as embalagens separadas e encaminhadas para reciclagem.
Estímulo a boas práticas ambientais
Com o objetivo de incutir na sociedade valores de sustentabilidade e preservação do meio ambiente, o Instituto Jogue Limpo investe na educação ambiental, com material disponível no site para professores e alunos, além da realização de concurso anual de redação em escolas públicas.
Em 2023, o X Concurso de Redação Jogue Limpo tem como tema: “Óleo Lubrificante Usado ou Contaminado (OLUC): quais as consequências do descarte incorreto de OLUC para o meio ambiente e como podemos evitá-las?”. “O importante é manter alunos e professores engajados na preservação dos recursos naturais”, completa Antunes.
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