Mobil, Vibra Energia e ICONIC explicam funcionamento da troca baseada no armazenamento em grandes tanques, no lugar das pequenas embalagens

Já ouviu falar na troca de óleo lubrificante a granel? Quem faz troca de óleo há muito tempo pode ter o hábito de escolher e comprar as embalagens tradicionais da marca preferida e talvez estranhe o fato de não mais levar aquela “sobrinha” de lubrificante para casa. Mas as mudanças apontam para um tipo mais sustentável de troca de óleo, no qual as conhecidas embalagens de plástico deixam de existir, dando lugar à venda a granel.

É o que indicam e praticam grandes marcas do setor, como Mobil, Vibra Energia (antiga BR Distribuidora), Ipiranga e Texaco. Essas duas últimas, fabricadas pela ICONIC, uma associação empresarial entre as duas marcas.

Como é feita a troca de óleo a granel

Funciona basicamente assim: as distribuidoras enchem grandes tanques nos pontos de troca de óleo e os consumidores compram o produto na quantidade exata que precisam, de acordo com cada veículo. Assim, não têm que levar para casa meio litro que sobra, ou outras quantidades que, antes, eram guardadas e ficavam esperando a nova troca.

Todos esses fabricantes indicam que os benefícios da manutenção a granel são bons para o bolso e para o meio ambiente. Em pleno 2021, com a poluição visivelmente prejudicando o clima, as florestas e o meio ambiente como um todo, esse modelo de troca de óleo se torna uma opção interessante e mais sustentável aos usuários, contribuindo para a preservação do planeta, reduzindo o descarte de embalagens plásticas. E a troca vale para carros de passeio, motos ou veículos pesados.

Vantagens para o consumidor

Segundo Renan Gutwilen, coordenador de Go to Marketing da Mobil, os lubrificantes Mobil a granel podem gerar economia de até 20%, dependendo do produto e veículo. “Considerando a troca de óleo de um carro com cárter de 3,5 litros, por exemplo, seria necessário a compra de quatro garrafas de um litro, gerando 0,5 litro de sobra. Esse excedente muitas vezes não é aproveitado e acaba sendo descartado”, afirma o coordenador.

Sobre os pontos de troca de óleo nesse sistema, André Lobo, analista de produto e portfólio da Vibra Energia, ressalta que “já existem estabelecimentos comerciais como concessionárias, centros automotivos, Super Trocas, postos de serviço e Truck Centers, que disponibilizam para seus clientes a venda a granel, de forma que o consumidor final possa comprar exatamente no volume necessário para seu veículo”.

Conforme destaca Gutwilen, com o sistema Troca Inteligente Mobil, o cliente só abastece a quantidade que o seu veículo precisa e só paga pela quantidade certa para o seu cárter. “Dessa forma, o sistema evita o desperdício de lubrificante, pois não é necessário levar sobra de produto para casa, como ocorre quando se compram as tradicionais embalagens, eliminando também o descarte de plástico no meio ambiente”, aponta.

Além disso, ele lembra que a troca de óleo a granel é mais prática e rápida, “pois o lubrificante sai direto do tanque para o cárter do veículo”.

De acordo com a ICONIC, alguns dos benefícios do serviço a granel da marca Ipiranga são o “atendimento da demanda certa [evitando desperdícios], menor preço por litro, menor demanda de estoque, praticidade, agilidade, controle no abastecimento e, muito importante, menor descarte de embalagens”.

A Texaco também aposta nessas vantagens, acrescentando como benefícios a “limpeza do estabelecimento” e a “atratividade visual da embalagem”.

Assim como Mobil e Vibra, essas duas marcas também possuem seus programas de incentivo ao consumo a granel. Na Ipiranga, o serviço é oferecido pela Troca Eco Eficiente. Já na Texaco, ela é chamada de Troca VIP, sigla para Velocidade, Inteligência, Praticidade.

Mudança de hábito

Gutwilen ressalta que, apesar de ser um hábito novo de consumo, os padrões são seguros e confiáveis. “A marca Mobil foi pioneira no sistema de abastecimento a granel de óleo lubrificante e garante qualidade com rigorosas análises e controle em todas as etapas de manuseio. Da fábrica até chegar aos tanques nas revendas, são realizados diversos testes que comprovam a integridade, a rastreabilidade e os mais altos níveis de qualidade do lubrificante”, afirma.

Para quem gosta de checar os mínimos detalhes, ele reforça que os tanques da Mobil levam um selo de qualidade certificada e registram a data do último abastecimento.

Para Lobo, a sociedade está em transformação, inclusive na maneira como se faz o serviço de troca de óleo do veículo. “Muitos consumidores ainda preferem as embalagens de 1, 3 e 20 litros por hábito, disponibilidade e medo de adulteração”, descreve o analista.

Na marca Texaco, a logística de abastecimento a granel é classificada como uma “carga seca”, ou seja, o lugar responsável pela troca de óleo recebe um barril (recipiente retornável, de 159 litros). O lubrificante é envasado na fábrica, ou no distribuidor, e chega lacrado nos pontos de troca de óleo “e retorna para a fábrica ou distribuidor para novo envase”, informa a fabricante. E esse ponto de troca de óleo pode ser um posto de combustível de bandeira branca (sem marca), uma autopeça, ou oficina.

Já na marca Ipiranga, o sistema é chamado de “carga molhada”, pois o local para troca de óleo recebe em comodato um recipiente (de 500 ou mil litros), que fica instalado no local e é reabastecido frequentemente por um caminhão tanque que traz o lubrificante da fábrica.

Preservando o meio ambiente

“Do ponto de vista de sustentabilidade, o Troca Inteligente se destaca frente ao produto embalado. A cada cem trocas de óleo em carros utilizando o sistema a granel, 400 embalagens plásticas de um litro deixam de ser descartadas no meio ambiente. E a cada cem trocas de óleo em caminhões, são eliminadas 200 embalagens plásticas de 20 litros”, destaca o representante da Mobil.

A ICONIC aponta como vantagens o fato de que os tanques a granel ajudam a reduzir o consumo de embalagens plásticas e evitar o descarte delas e dos lubrificantes de forma inadequada no meio ambiente, pois o consumidor não carrega com ele o frasco com óleo que não foi utilizado.

Lobo aponta que as embalagens de lubrificantes não podem ser jogadas em lixo comum. Por isso, a troca feita diretamente no serviço a granel ajuda a evitar o descarte inadequado. O analista da Vibra afirma que as empresas que vendem esse tipo de produto devem registrar e destinar o óleo usado (assim como as embalagens de lubrificantes) junto a empresas autorizadas, e isso traz custos e procedimentos específicos. “Se reduzem as embalagens ou as eliminam, as empresas ganham em vantagens ambientais, operacionais e financeiras”, defende.

Saiba mais: Entenda como é feita a reciclagem das embalagens usadas de óleos lubrificantes

Ele ressalta, ainda, que  a troca de óleo a granel diminui a quantidade de resíduos e elimina a operação de coleta de embalagens. “Além disso, também reduz a quantidade de plásticos para embalagens e metais para tambores e baldes metálicos feitos para a produção de embalagens de lubrificantes”, completa o analista.

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