Um evento inédito para falar de lubrificantes de grau alimentício. Essa foi a premissa do “1º Encontro com o Mercado de Lubrificantes Food Grade”, realizado no último dia 22 de outubro, no Milenium Centro de Convenções, Vila Clementino, São Paulo. “O encontro ampliou o debate sobre o tema”, diz Pedro Belmiro, coordenador técnico do evento, em entrevista exclusiva ao Óleo Certo. Confira a seguir:
Óleo Certo: Qual é a importância do “1º Encontro com o Mercado de Lubrificantes Food Grade”?
Pedro Belmiro: Há muitos anos, temos conversado e debatido, no âmbito de comissões técnicas e de eventos gerais, sobre a importância de se ter um olhar mais atento a esse segmento.
Em uma apresentação internacional, foi mostrado que cerca de 60% do lubrificante utilizado na indústria de alimentos e bebidas ainda é de base mineral. Isso em nível mundial. Dessa forma, entendemos que precisamos urgentemente levantar essa questão aqui no Brasil, para melhorar a qualidade dos produtos que ingerimos.
Portanto, o evento, exclusivo para falar de lubrificantes de grau alimentício, ampliou o debate sobre o tema e contou com a participação de especialistas das áreas de tecnologia, comercial e regulatória. Dessa forma, trouxemos ao público as visões de desenvolvedores de tecnologia para lubrificantes especiais, bem como os órgãos certificador e legislador, além da indústria produtora de alimentos e bebidas.
Óleo Certo: Qual será a contribuição desse evento para o setor de food grade e para a indústria de lubrificantes em geral?
Pedro Belmiro: Acreditamos que o evento seja uma semente que deverá germinar rapidamente, pois já detectamos o interesse de vários segmentos ligados ao tema, mas faltava ainda um catalisador para que as questões principais viessem à tona, sem interesses comerciais.
Existem várias tecnologias apropriadas e procedimentos específicos para a indústria do setor, tanto na área de manutenção como de produção, e queremos que esse conhecimento esteja realmente ao alcance de todos para o melhor desenvolvimento do país.
A segurança alimentar está cada vez mais sendo discutida e observada por legisladores e consumidores e, como disseminadores de conhecimento, pretendemos continuar reagindo e sendo proativos, levando o conhecimento específico aos profissionais especializados e colaborando para melhorar cada vez mais o nível de qualidade dos alimentos consumidos no país.
Na verdade, é um segmento em que nós, do ramo de lubrificantes, somos fornecedores e ao mesmo tempo consumidores, junto com nossas famílias.
Óleo Certo: Quais são as perspectivas do food grade no Brasil? Crescimento do setor?
Pedro Belmiro: É importante entender o potencial do segmento de lubrificantes de grau alimentício, observando o desempenho dos setores de alimentos e bebidas, que hoje representa algo em torno de 10% do PIB Nacional, e seguem investindo forte em tecnologia e otimização da produção. Até mesmo diante da desaceleração da Economia, mostraram crescimento, registrando alta de 2.08% no faturamento em 2018. O Brasil é o segundo maior exportador de alimentos industrializados do mundo, e tem uma expectativa de desempenho positivo para os próximos anos.
Dessa forma, uma indústria que cresce em volume e tecnologia tende a demandar mais óleos lubrificantes para sua manutenção, e com o entendimento e aplicação das melhores práticas de produção e segurança, a expectativa é também de crescimento da utilização dos lubrificantes corretos, ou seja, de grau alimentício ou food grade.