Se você curte ficar apreciando aquelas marcas, rótulos e visuais clássicos de latas de óleo lubrificante, talvez já tenha ouvido falar no maior colecionador do gênero da cidade de Ribeirão Preto (SP) e, certamente, um dos maiores do Brasil. Alberto Cerri, ou simplesmente Beto, o “Rei dos Lubrificantes”, alcunha que também nomeia a sua loja na cidade. Ele começou a sua coleção há 40 anos, o que explica as mais de 600 latas que mantém em seu acervo, com alguns exemplares raros das décadas de 1920 e 1930, que eram usados nos clássicos calhambeques do passado.
“Comecei a trabalhar na oficina do meu pai, em 1969, aos 14 anos de idade. Trocava muito óleo. Por isso, ‘peguei gosto’ por lubrificantes e as suas embalagens”, recorda. Nesta entrevista exclusiva para o Óleo Certo, Cerri, de 64 anos, lista alguns dos itens mais valiosos da sua extensa coleção, que inclui mais de duas mil unidades de latas, garrafas, galões, tambores e vasilhames, entre embalagens de ferro, papelão, vidro e plástico, que ajudam a contar a história da indústria de lubrificantes mundial. Confira!
Óleo Certo: Quais embalagens de óleo lubrificante brasileiras o senhor tem? E internacionais?
Alberto Cerri: Das nacionais, eu tenho, pelo menos, uma de cada das principais marcas: Shell, Esso, Castrol, Ipiranga, Atlantic, Texaco, Petrobras, Mobil, Bardahl… Das marcas internacionais, eu tenho alguns exemplares raros, vindos dos Estados Unidos, como a Royal Windsor, World Wide, Buick, Gulfpride, Kelpen, Sinclair.
Óleo Certo: Como nasceu a sua paixão por latas de óleo lubrificante
Alberto Cerri: Comecei a trabalhar na oficina do meu pai, aos 9 anos de idade. Trocava muito óleo. Por isso, peguei gosto por lubrificantes e as suas embalagens. Aliás, também aprecio carros antigos e bombas de combustíveis vintage.
Óleo Certo – Desde quando o senhor é colecionador dessas embalagens
Alberto Cerri: Há mais de 40 anos. São quatro décadas colecionando embalagens de óleo e mais de 55 anos vendendo lubrificante.
Óleo Certo – Quais são as embalagens de lubrificante mais raras que o senhor tem? Como o senhor conseguiu adquiri-las?
Alberto Cerri: Na verdade, todas são raras. Mas uma raríssima é da Shell, de ferro, dos anos 1920 ou 1930, não tenho muita certeza. Era usada no Ford T. O número do óleo é 70. Tenho também duas embalagens de vidro de óleo lubrificante da Hudson e da Amalie, esta dos anos 1940, óleo número 90. Outra lata muito rara da minha coleção é um exemplar que tenho da Studebaker. São embalagens que eu fui adquirindo e ganhando de amigos que sabem que eu coleciono.
Todos os itens da minha coleção ficam em um galpão da minha loja de lubrificantes, aqui em Ribeirão Preto e a manutenção das latas sou eu mesmo que faço, porque gosto de limpá-las. Elas gotejam muito com o calor.
Óleo Certo: O senhor já vendeu algum item da sua coleção?
Alberto Cerri: Nunca vendi. Às vezes, troco com algum colega colecionador. Mesmo se recebesse uma proposta de compra para a minha coleção, não a venderia.
Óleo Certo: Já fez alguma exposição da sua coleção?
Alberto Cerri: Nunca fiz. Mas turistas, amigos e parentes que visitam Ribeirão Preto vêm aqui fotografar a minha coleção.
Óleo Certo: Como o senhor se sente sendo um colecionador de latas de óleo lubrificante?
Alberto Cerri: Me sinto realizado com a minha coleção. É o meu hobby e a minha família também aprecia a minha paixão por embalagens antigas. Sou saudosista!