Policiais do Grupo Especial de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Gepatri) de Goiás apreenderam, na quarta-feira (24), um empresário que comercializava óleo lubrificante adulterado. A operação foi realizada no Bairro São João, na cidade de Anápolis, após uma denúncia anônima. Segundo o Gepatri, havia no local da apreensão ao menos quatro contêineres de mil litros cheios de óleo usado. Os policiais também encontraram mais quarenta galões de 20 litros cheios de óleo já adulterado – que era envasado em embalagens de marcas conhecidas do mercado – prontos para comercialização.

Segundo a polícia, o óleo lubrificante usado, que deveria ser descartado para rerrefino, era coletado pelo empresário em diversos estabelecimentos comerciais da região, armazenado irregularmente, “processado” e vendido como produto novo. O suspeito, que não teve o seu nome divulgado, prestou depoimento e afirmou que comercializava o produto para utilização em máquinas velhas, e que os clientes sabiam que o óleo era usado. Entretanto, conforme informou o Gepatri, tudo indica que ele revendia como novo.

A polícia instaurou inquérito e abriu investigação para a realização de exames periciais ambientais e de falsificação de produto. Se for comprovada a irregularidade, o investigado responderá por crimes ambientais, tributários e contra consumidor.

Prejuízos do óleo usado no seu veículo

Consultor especializado em lubrificantes, Luiz Feijó Lemos destaca que os consumidores nunca devem utilizar óleo usado nos seus veículos. Segundo ele, esse tipo de produto, fruto de fraude, ou adulteração, é desprovido de aditivação, cuja falta ocasiona desgastes no motor. Isso ocorre devido à “limpeza inadequada; má dispersão de borras, vernizes e fuligem formados; ferrugem nas partes metálicas; corrosão dos componentes; e adulteração da viscosidade devido à contaminação com fuligem e combustíveis”.

Para o consultor, um óleo que já foi utilizado não atende mais aos níveis de performance identificados nas etiquetas das embalagens. “Usá-lo nessas condições faz com que óleo, já envelhecido e oxidado, não flua de forma correta em baixas temperaturas, ocasionando maior desgastes das peças”, ressalta o especialista.

Atenção na hora de comprar o lubrificante

Feijó aconselha sempre adquirir o produto em locais idôneos e conhecidos, evitando, assim, os riscos de comprar óleos que podem comprometer o desempenho do motor e do veículo. “Produtos de origem duvidosa podem ser falsificados, ou adulterados”, alerta.

Além de atestar a procedência, o consultor indica que uma das formas de o consumidor se proteger contra fraudes e adulterações de óleos é “verificar sempre o estado das embalagens”, prestando atenção na presença de lacres e selos de segurança. “Caso estejam rompidos, não aceite o produto!”, enfatiza. Ele lembra, ainda, que é preciso observar a aparência do lubrificante: “Em geral, um óleo novo de motor é de coloração variando do amarelo ao alaranjado/mel, enquanto um óleo usado apresenta coloração escura”, diz.

Caso desconfie que comprou um lubrificante falsificado, ou adulterado, denuncie à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis pelo telefone 0800 970 0267.