Uma coisa é certa: as modernas formulações dos óleos lubrificantes proporcionam uma série de avanços importantes, como maior resistência à oxidação, vida útil do óleo prolongada e melhor nível de limpeza do motor. A evolução desses produtos vem permitindo não apenas um tempo maior entre as trocas, mas também mais economia de combustível e menor emissão de gases poluentes.

Em conversa com o site Óleo Certo, Leandro Laurentino, especialista em produtos da ICONIC, ressalta que, atualmente, os óleos são bem menos viscosos que no passado, porém, garantindo a mesma proteção ao motor contra o desgaste de peças, o que exige tecnologias antidesgaste mais modernas. “As formulações de lubrificantes vêm se tornando cada vez mais complexas para se adequarem a uma operação cada vez mais exigente dos motores”, lembra o especialista.

Evolução dos óleos lubrificantes

Os óleos lubrificantes tiveram suas características alteradas nos últimos 30 anos. Atualmente, as montadoras recomendam óleos menos viscosos, como explica Laurentino:

“Montadoras que há 20 anos recomendavam óleos SAE 15W-40 para seus motores, hoje já recomendam óleos com viscosidade SAE 5W-40, ou até mais baixa, como SAE 0W-30 e SAE 0W-20. Obviamente, essa diminuição na viscosidade precisa garantir, ainda, a mesma proteção ao motor contra o desgaste de peças, o que exige tecnologias antidesgaste mais modernas”, ressalta o especialista.

Nesse sentido, é importante destacar o emprego de novas tecnologias de óleos básicos, sendo necessário usar os básicos dos grupos II, III e IV. O uso de redutores de atrito é outro avanço importante.

Em busca de maior eficiência, a operação dos motores se tornou ainda mais severa. Hoje, motores menores trabalham a temperaturas mais altas, o que também obriga o óleo a trabalhar com tecnologias antioxidantes mais robustas do que havia no passado. Em resumo, as formulações de lubrificantes vêm se tornando cada vez mais complexas para se adequarem a uma operação cada vez mais exigente dos motores.

Intervalo de troca ideal para cada veículo

O especialista lembra que o intervalo de troca dos lubrificantes também evoluiu. Os fabricantes de veículos passaram a recomendar intervalos de troca do lubrificante pelo tipo de serviço do veículo, como exemplo, o caso de uso urbano, com aquele “anda e para”, característico de taxis e veículos de aplicativo, acaba trocando mais cedo.

No caso de lubrificantes para motores Diesel, também houve a preocupação em caracterizar o tipo de serviço, sendo que no uso rodoviário, Laurentino explica que o intervalo de troca praticamente dobrou e em alguns casos triplicou. “Tudo isso é para garantir a segurança do consumidor quanto à proteção do motor”, frisa.

Os novos óleos devem cumprir exigências de sustentabilidade

Ele pontua que quanto mais baixa a viscosidade do lubrificante, menor a perda de energia devido ao atrito do próprio filme lubrificante com o motor, o que acarreta em uma maior economia de combustível. “Com menos consumo de combustível, há menos emissões de compostos como NOx, particulados, etc… Esse é um dos maiores impulsionadores da já mencionada diminuição na viscosidade recomendada pelas montadoras”, destaca.

Segundo Laurentino, existem iniciativas que aumentam a contribuição do lubrificante para as exigências de sustentabilidade atuais, como a utilização de óleos básicos rerrefinados e, até mesmo, óleos lubrificantes baseados em básicos de fontes renováveis. Algumas dessas ainda estão em estágios iniciais, mas seguem sendo trabalhadas pela indústria em geral.

A coleta de óleo usado para serem rerrefinados e reutilizados também foi uma importante mudança. As embalagens contaminadas também recebem um cuidado especial.  De acordo com Laurentino, toda essa evolução faz com que os lubrificantes atuais ajudem o veículo a emitir cada vez menos compostos danosos ao meio ambiente, como NOx, material particulado e outros, contribuindo para diminuir a poluição do ar.

Veículos a diesel demandam atenção extra

Os veículos a Diesel, mesmo que leves, são equipados com filtros de partículas (DPF) para atendimento à regulamentação de emissões, por isso, é necessário que os óleos possuam uma formulação especial com atendimento a normas como ACEA C, que garantam proteção a esse filtro. Normalmente, essa formulação possui aditivos com níveis mais baixos de cinzas, enxofre e fósforo em sua composição.

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