O fluido para freios, erroneamente conhecido por alguns como  óleo de freio, é responsável por transmitir às pastilhas e lonas do sistema de freios a força exercida sobre o pedal do automóvel quando se deseja frear. É um componente extremamente importante, pois imagine ficar com os freios do carro comprometidos!

Existem três tipos: DOT 3, DOT 4 e DOT 5. Os dois primeiros são feitos à base de glicol e o DOT 5 é feito de silicone. DOT 3 e DOT 4 são os mais comuns e absorvem água, já o DOT 5 é usado em carros de alta performance e não a absorve. A sigla DOT é referente ao Departamento de Transportes dos Estados Unidos, organização responsável pela classificação.

A quais características prestar atenção?

O compartimento que mede o nível desse fluido é transparente, justamente para que os proprietários possam verificar o nível do fluido sem abrir a tampa. O nível deve estar entre o mínimo e o máximo e, por serem higroscópicos (capazes de absorverem umidade), os fluidos DOT 3 e DOT 4 não devem entrar em contato com o ar.

Se o nível baixar demais, a recomendação é dirigir com cuidado a um local seguro e verificar se há vazamentos. A orientação para completar o nível, ou fazer a troca completa, em geral, é feita nesses casos, nos quais alguma falha está comprometendo a manutenção do nível do produto. Quando isso acontece, a dica é levar o carro imediatamente para uma oficina.

Fluido de freio precisa ser trocado?

Sim. É o que responde Marcelo Capanema, diretor de tecnologia para as Américas da Petronas. Segundo ele, a substituição do fluido de freio é um dos procedimentos previstos nos planos de manutenção dos fabricantes de veículos, com orientações que podem ser checadas diretamente nos manuais.

“Por se tratar de um sistema hidráulico, por natureza, com o uso constante, o fluido acumula algumas partículas de desgaste natural de alguns componentes do sistema. A troca, então, se faz necessária para remover esses particulados que podem gerar uma falha no sistema”, afirma o especialista.

Além disso, prossegue Capanema, o fluido de freio, mesmo que contido em um sistema fechado, é um produto que possui extrema afinidade com a água, podendo, inclusive, acumular certas quantidades de água proveniente da umidade do ar, “interferindo diretamente no funcionamento do sistema de freios”. A substituição é necessária para garantir que o fluido esteja sempre apto para atuar de forma correta.

Alguns fabricantes recomendam a troca a cada 40 mil km, ou por prazo, normalmente a cada dois anos: o que primeiro vencer. Mas, há casos em que o fabricante apenas recomenda a troca e checagem periódica do fluido, sem estipular um tempo específico. Por isso, consulte sempre o manual do fabricante.

Quais sinais podem indicar que está na hora de trocar o fluido de freio?

Freio falhando, com uma certa demora para funcionar, pedal que não responde direito e afunda, conhecido como “pedal baixo”: esses sinais podem representar fluido em nível inadequado.

“Além disso, os veículos possuem sinais luminosos que indicam se há alguma falha”, prossegue o representante da Petronas. Essas falhas são acusadas pelos diversos sensores presentes nos veículos. “Se algum desses sinais for ativado, deve-se buscar uma oficina autorizada para avaliar a situação”, ele alerta. Outra orientação é checar periodicamente os níveis do fluido.

Na hora da compra ou na troca feita na oficina, Capanema destaca alguns pontos que merecem atenção:

  • Na seção de especificação dos fluidos, os fabricantes incluem as normas técnicas que o produto deve atender para que seja realizada uma aplicação segura;
  • Normalmente, as montadoras podem indicar produtos que atendam às normas técnicas DOT ou, em casos específicos, podem ter uma norma própria para garantir o bom funcionamento do sistema.

Pode misturar DOT 3 e DOT 4?

Não misture fluidos diferentes. Charles C. Conconi, especialista em combustíveis, lubrificantes e fluidos automotivos, explica as diferenças entre as especificações DOT 4 e DOT 3. A distinção entre uma e outra é bastante comum entre quem vai fazer a troca.

“Os fluidos de freios DOT 4 e DOT 3 são misturas de glicóis que têm como característica serem higroscópicos, isso significa que eles absorvem a água existente na umidade do ar”, descreve.

“Em função da temperatura de trabalho do sistema de freio, o fluido deve possuir um elevado ponto de ebulição [fervura]. Porém, quando contaminado com água, esse ponto de ebulição diminui e permite a formação de vapor de água”, continua o engenheiro.

A formação de vapor de água, segundo ele, é “inadmissível” no sistema hidráulico, já que ele deve funcionar apenas com líquidos sem capacidade de compressão, e o vapor de água é um componente que pode ser comprimido. Isso é semelhante a quando acontece uma embolia em nosso sistema circulatório.

“Isso pode levar a uma falha de frenagem”, alerta Conconi, lembrando que quando esse problema ocorre no sistema de embreagem, ocasiona falha no seu acionamento. É um problema que dificultará as trocas de marchas.

Descarte correto para preservar o meio ambiente

O fluido de freio é tóxico, portanto, não permita que ele entre em contato com os olhos e não aproxime o rosto dessa substância. Também não o deixe tocar a pintura do veículo, para não danificá-la.

Por ser perigoso para a natureza, não deve ser descartado em qualquer lugar ou junto com o lixo doméstico. Faça a sua parte, descartando a substância apenas em locais autorizados, como as concessionárias do fabricante!

Quilometragem é o único fator para a troca de óleo? Especialista responde!

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