Eles são movidos tanto por combustível, quanto por eletricidade. Fabricados com dois motores, os carros híbridos fazem parte de um mercado com vendas crescentes no Brasil e trazem vantagens para o bolso e para o meio ambiente. E você, sabe como funciona? Já pensou em comprar um?
Dependendo do modelo do carro, a economia de combustível pode passar de 50%, segundo Thiago Sugahara, vice-presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e executivo da Toyota. Esse potencial econômico resulta do funcionamento inteligente, que prioriza o sistema elétrico em determinados trajetos.
“Percebemos que os veículos eletrificados estão ganhando cada vez mais espaço e vieram para ficar. A expectativa da ABVE é fechar o ano com pelo menos 19 mil veículos eletrificados emplacados no Brasil, é um novo recorde”, afirma Sugahara.
Eletrificado é o termo que a indústria utiliza para classificar os veículos que utilizam algum tipo de energia elétrica, ou seja, podem ser híbridos ou exclusivamente movidos a eletricidade. As vendas previstas pela Associação indicam aumento de 60% em relação a 2019 e de 378% em relação a 2018.

Como funciona um carro híbrido?

Conforme explica Marco Almeida, consultor em tecnologia e serviços técnicos de lubrificantes e lubrificação do Óleo Certo, “o veículo híbrido é movido tanto pela energia do motor elétrico como pela produzida pelo motor de combustão interna, sendo dois motores que atuam de forma conjunta, aumentando a autonomia do carro”.
Veículo elétrico híbrido. Nesse modelo, a bateria do motor elétrico é recarregada exclusivamente pelo motor a combustão e pela frenagem regenerativa (quando a energia gasta no freio é transformada em eletricidade).
Veículo híbrido plug-in. Nesse tipo, além de ser carregada pela frenagem regenerativa e pelo motor a combustão, a bateria do motor elétrico pode ser carregada por meio de um plugue, ligado à energia elétrica de casa ou de uma estação de carregamento.

Sugahara explica que, ao colocar o carro híbrido em movimento, ele vai sempre buscar priorizar o motor elétrico. “Você sai de zero e vai a 10, 20, 50 Km por hora e ele vai priorizar o motor elétrico, mas quando atingir essa velocidade e precisar de mais potência, mais torque, aí o motor a combustão entra em funcionamento para fazer duas coisas: auxiliar o motor elétrico, dar mais torque, mais potência, e ao mesmo tempo para carregar a bateria do motor elétrico”, descreve.
“Ele vai sempre alternando, trabalhando ora em conjunto, ora só o motor elétrico. O resultado disso é uma economia de pelo menos 50% de combustível. Quando você utiliza os carros híbridos no ciclo urbano, ele acaba priorizando mais o motor elétrico, então a economia de combustível chega a ser acima de 50%”, afirma o executivo da Toyota, maior responsável pelas vendas de carros eletrificados no país.
Em novembro, no topo da lista dos 20 mais vendidos no ano, figurava o Toyota Corolla A Premium, um híbrido flex a gasolina/álcool, totalizando 5.850 unidades.
E, antes de qualquer vantagem individual, os veículos eletrificados são uma esperança para o meio ambiente. A longo prazo, todos ganham com a redução da emissão de poluentes e a melhoria do ar nas cidades.
“Veículos eletrificados podem reduzir em 50% ou praticamente 100% as emissões de CO2 decorrentes do seu automóvel individual”, destaca Sugahara. Vale lembrar que, além dos híbridos, existem os veículos exclusivamente elétricos.

Lubrificantes

Carros híbridos também precisam de óleo lubrificante? A resposta é sim. E na hora da troca de óleo, os mesmos cuidados que existem hoje devem ser mantidos para evitar danos ao motor. Isso significa respeitar os intervalos para troca de lubrificante e filtro de óleo, atentando para as orientações de cada montadora.
“Como a tecnologia dos motores híbridos ainda é nova, os fabricantes têm procurado recomendar lubrificantes sintéticos com nível de desempenho nas classificações mais recentes da API/ILSAC, como a SP/GF-6A ou GF-6B e SN Plus/GF-5”, explica Almeida. Segundo o especialista, os óleos são produzidos com baixos graus de viscosidade para gerar economia de combustível, como a SAE 0W-20 e 0W-16. O mesmo ocorrendo com produtos de especificação ACEA C2-16 ou C5-16.
Com a maior quantidade de veículos híbridos rodando no mundo, o consultor explica que este ano alguns fabricantes começaram a reportar problemas de desgaste prematuro dos mancais da biela, em função do ciclo intermitente de funcionamento dos motores de combustão interna.
Segundo ele, a indústria de lubrificantes já começou a estudar essas ocorrências para saber se um tipo especial de lubrificante será necessário. “Mas ainda é prematuro afirmar se teremos ou não uma formulação diferenciada nos próximos anos”, conclui.
Quilometragem é o único fator para a troca de óleo? Especialista responde!

Leia também:

Por Jean Souza