A palavra “híbrido” serve para caracterizar algo que tem mais de um elemento em sua composição. É por isso que os carros que possuem, ao mesmo tempo, motores elétricos e movidos a combustão (queima de combustível) são chamados assim.
Uma curiosidade é que, nesse tipo de sistema, o veículo pode rodar bastante apenas com a bateria em uso. O motor tradicional entra em ação, principalmente, quando o carro precisa de mais torque ou sofre uma súbita aceleração, ou seja, nas velocidades mais altas. Na prática, o carro anda vários trechos com o motor a combustão desligado, motivo pelo qual os carros híbridos são conhecidos pela economia de combustível e consequente redução nas emissões.
Devido a esse funcionamento diferenciado, a indústria de lubrificantes já desenvolve produtos voltados para o cenário da eletrificação.
O tema foi discutido no webinar “Veículos Híbridos e Elétricos – O Futuro é Agora!”, promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) e com a participação de Leandro Benvenutti, gerente de Produto da Infineum, que falou sobre o crescente uso dos veículos eletrificados no mundo, com ênfase nos híbridos, que têm forte presença no Brasil.
Lubrificantes com ultrabaixa viscosidade para os híbridos
Benvenutti comentou que o funcionamento do motor a combustão no sistema híbrido é muito diferente do regime de trabalho de um veículo com motor convencional, citando o exemplo que, no híbrido, o motor a combustão é ligado com o carro já em movimento. O veículo entra em uma autoestrada, acelera e exige torque e potência do motor de imediato, sendo que ele não estava lubrificado. “Ele estava desligado até aquele momento. Então, isso é uma condição preocupante, que pode gerar desgastes”, descreveu.
Segundo ele, um fluido “altamente otimizado” para os veículos híbridos já é realidade no mercado. Com “ultrabaixa viscosidade”, esse produto é capaz de melhorar a troca de calor e garantir isolamento elétrico para o sistema, além de promover alta eficiência contra desgaste, corrosão e formação de espuma.
“Na visão da Infineum, nós entendemos que, com o crescimento do parque de veículos híbridos, o uso dos lubrificantes convencionais tende a cair. Esperamos que lubrificantes especializados sejam demandados cada vez mais. Isso é uma oportunidade para nossa indústria de lubrificantes”, afirmou Benvenutti.
Como mediadores do evento on-line, participaram Lisandro Gaertner, gerente de Comissões e Gestão do Conhecimento do IBP; e Leticia Lazaro, coordenadora da Comissão de Estudos de Lubrificantes do instituto.
Além de falar sobre a lubrificação dos Motores de Combustão Interna (MCI) dos veículos híbridos, Benvenutti também fez menção ao conjunto de transmissão, destacando o desenvolvimento do sistema DHT (Dedicated Hybrid Transmission), também conhecido como EVT, que trabalha acoplado ao MCI.
Esse tipo de sistema pode trabalhar em conjunto com até dois motores elétricos do veículo híbrido. Na apresentação, o especialista também apontou os desafios encontrados para o desenvolvimento de um lubrificante dedicado a essa tecnologia de transmissão.
Durante o webinar, eles também entraram em detalhes sobre os desafios para a fabricação de baterias e diferentes tecnologias de eletrificação nas montadoras.
Confira o evento na íntegra:
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